Problemas com o chefe são uma das cinco maiores causas de demissão no Brasil. E não é à toa. Um salário alto ou um cargo promissor são incapazes de competir com qualidade de vida. Conviver diariamente com uma pessoa negativa, arrogante, incapaz de dividir tarefas de maneira eficaz ou que todos morrem de medo não é algo saudável para ninguém.
Ser a pessoa que senta na sala ao lado, indisponível e com as portas fechadas não é uma maneira de garantir o respeito e a admiração, mas, sim, se tornar a causa da saída dos seus maiores talentos e de frequentes resultados ruins.
Gandhi, Martin Luther King e Mandela são exemplos de líderes que não apenas transformaram a vida do seu povo, como também inspiraram pessoas em todo o mundo e foram capazes de mudar a história. Mas o que essas pessoas tinham em comum?
Confira todas as nossas dicas sobre o que é liderança e aprenda como se tornar um líder de excelência!
- Qual o papel do líder
- A diferença entre chefe e líder
- Os principais modelos de liderança
- Liderança e motivação: a receita para o sucesso!
- As 7 habilidades que todo líder tem que ter
- Os 8 erros que você não pode cometer para se tornar um bom líder
- Conclusão
1. Qual o papel do líder?
Para você, qual o real papel do líder em uma organização? Se respondeu “comandar pessoas” está indo por um caminho muito errado. Conseguir um bom desempenho da sua equipe também é algo importante, mas precisa vir acompanhado de humanização, promoção da qualidade de vida e bem-estar dessas pessoas.
Cabe ao líder enxergar potenciais e extrair o melhor deles, seguindo um estilo de liderança que seja adequado para alcançar metas e resultados para a empresa. E esse trabalho não é fácil. Por isso que a sua atuação é fundamental para o sucesso de um negócio.
Empresas não podem desperdiçar talentos, principalmente em períodos de recessão econômica, em que a eficácia e a qualificação são palavras importantes para sobreviver e se destacar na concorrência. Mas além de encontrar essas pessoas, um bom líder precisa estimular o desenvolvimento de competências que um profissional ainda nem sabe que possui.
Ele deve ser a figura responsável por integrar os colaboradores aos interesses da empresa e dos seus superiores. É a pessoa em que todos confiam, serve de inspiração e é uma referência para formar novos líderes que o mercado, e o mundo, precisam no futuro.
2. A diferença entre chefe e líder
No mundo corporativo existe uma enorme diferença entre ser um chefe e um verdadeiro líder. Não basta apenas chegar a uma posição ou cargo superior para exercer um papel de liderança — é preciso muito mais!
De certa forma, ser um chefe é uma tarefa fácil. Basta utilizar a sua posição para amedrontar quem não estiver de acordo com as suas ideias, exigir resultados rápidos, mesmo que os seus colaboradores não tenham boas condições de trabalho, culpar outras pessoas pelos fracassos, roubar os méritos pelas vitórias e agir sempre em prol do lucro.
Já o papel do líder é usar o seu exemplo e a sua conduta ética para inspirar pessoas. Ele é mais conhecido pela sua criatividade, comunicação e determinação em desenvolver a melhor versão de si mesmo e dos seus colaboradores. São pessoas extremamente admiradas, que conseguem transformar o ambiente de trabalho em um espaço prazeroso, de inovação, aprendizado e crescimento.
Eles sabem que, muito mais do que um salário ou promoção, os profissionais buscam reconhecimento e valorização do seu trabalho. E é aí que surge a principal diferença entre chefe e líder: a forma com que eles dialogam e entendem as pessoas com quem trabalham.
Enquanto o líder ouve, busca conhecer os seus colaboradores, respeita as suas diferenças e troca as críticas por capacitação e aprendizado, um chefe age com arrogância, trata pessoas como máquinas, exigindo que fiquem, constantemente, durante horas a mais do final do expediente e constrangendo a sua equipe publicamente. Ele é a figura que promove conflitos, valoriza individualismos e fofocas, arruína a autoestima e age como um inimigo, em vez de um aliado.
E o maior problema é que dificilmente ele se enxerga dessa forma. Motivados por um modelo antigo de trabalho, pessoas que ocupam cargos importantes e de gestão em uma empresa costumam assumir uma postura autoritária como forma de ganhar o respeito e atingir metas.
O que eles não percebem é todos os profissionais sabem instintivamente se estão lidando com um chefe arrogante ou com um líder motivador e que sabe conduzi-los. E de acordo com essa postura, moldarão a sua forma de trabalhar para alcançar resultados positivos.
3. Os principais modelos de liderança
É muito comum acreditar que a liderança é uma qualidade nata. Muitas pessoas possuem uma facilidade natural em lidar com outras, se comunicar e estimular a busca por resultados melhores, sem perder o respeito e a confiança da sua equipe.
A liderança não é uma fórmula preestabelecida ou um gene especial que algumas pessoas possuem. Ela exige estudo e aprendizado. E é por isso que o mercado está cheio de livros, cursos, especializações e metodologias que ensinam como se tornar um bom líder, sem deixar de lado os interesses e missão da empresa em você trabalha.
Para os coaches e analistas de Recursos Humanos, existem pelo menos três modelos de liderança: a autocrática, a democrática e a liberal. Elas podem influenciar significativamente no comportamento das equipes e no seu desempenho profissional. Veja só:
Liderança autocrática
A liderança autocrática é uma das mais apreciadas pelos chefes. Sua estratégia de ação é centralizar totalmente a autoridade e a tomada de decisões. Colaboradores são tratados como subordinados e sua única função deve ser cumprir ordens, sem qualquer poder de escolha.
Suas principais ações são:
- tomar decisões sozinho sem a participação efetiva da equipe;
- oprimir;
- desvalorizar competências e ideias de outras pessoas;
- agir sempre em prol do lucro;
- fazer cobranças excessivas;
- exigir obediência cega.
Os colaboradores que trabalham sob esse tipo de liderança não possuem motivação, produzem por obrigação e apresentam evidentes sinais de agressividade, estresse e frustração.
Liderança liberal
A liderança liberal é um modelo totalmente diferente da autocrática. Aqui, o líder dá total liberdade para que os colaboradores tomem decisões, sem exercer qualquer interferência direta na execução. Suas principais características são:
- enfatizar o trabalho em grupo;
- agir com evasividade na tomada de decisões;
- deixar que a equipe cuide do gerenciamento de resultados;
- manter uma relação de proximidade com os colaboradores.
Esse tipo de liderança, no entanto, vem cercada de uma série de problemas. O líder liberal pode atuar de forma evasiva e sem firmeza na condução da equipe, o que pode prejudicar diretamente o desempenho da empresa. Os colaboradores que trabalham sob esse modelo costumam confundir o papel de autoridade, demonstram insatisfação e se sentem perdidos na execução das demandas.
Liderança democrática
A liderança democrática, como o nome sugere, é baseada em um modelo aberto para diálogos e comunicação efetiva entre o líder e a sua equipe. A troca de ideias e conhecimento é tratada como elemento essencial para a tomada de decisões e resoluções de problemas. O líder democrático apresenta como características:
- poder de interação com todos os membros da equipe;
- coordenação de atividades e sugestões que estimulem o crescimento de todos;
- habilidade em encorajar e estimular pessoas;
- sabe ouvir, mas apresenta resistência a ideias quando é necessário;
- participa ativamente da execução de projetos;
- preocupa-se com resultados sem negligenciar a qualidade de vida dos seus colaboradores;
- delega tarefas, mas assume responsabilidades — quando necessário.
Entre os modelos de liderança, é a que apresenta melhores resultados individuais e em equipe. Os colaboradores conseguem produzir mais e melhor, apresentando bom desempenho pessoal e resultados positivos. O clima geral no ambiente de trabalho é de satisfação, aprendizado, integração, produtividade e comprometimento entre as pessoas.
É papel do líder decidir que postura adotará na condução do seu trabalho. Centralizar todo o poder e tomada de decisões, como na liderança autocrática, se omitir de responsabilidades e abrir mão do comando, como na liberal — equilibrando esses dois mundos — ou tomar decisões em conjunto e impulsionar os seus colaboradores, como na democrática.
É preciso, acima de tudo, prestar atenção ao seu ambiente de trabalho e observar o perfil e objetivos dos seus colaboradores, para entender o que pode funcionar ou não, e como você pode se tornar uma influência positiva para que eles desenvolvam as atividades profissionais da melhor maneira, com motivação e qualidade de vida.
4. Liderança e motivação: a receita para o sucesso!
Um colaborador satisfeito, engajado e produtivo é o melhor recurso que uma empresa pode ter para alcançar o sucesso. Cada pessoa possui algo que a motiva, um estímulo interior, mas, principalmente, uma série de fatores externos que a faz acordar pela manhã e se sentir pronta para buscar o melhor.
Profissionais que não recebem estímulos não têm comprometimento ou interesse em cumprir ordens, enfrentar desafios e alcançar metas. E de quebra, não conseguirão fazer o controle de tarefas, cumprir prazos ou serem produtivos. Uma equipe de alta performance sempre será o reflexo da atuação do seu gestor. Por isso, motive-a diariamente.
Mas é importante se lembrar de que os fatores motivacionais são diferentes de pessoa para pessoa. Quando se fala do trabalho em equipe, é preciso entender que não se trata de uma massa homogênea, mas, sim, de indivíduos com interesses, necessidades e aspirações para o futuro bem distintas.
A liderança precisa entender as necessidades, talentos e problemas de cada colaborador para conduzir o seu trabalho de maneira satisfatória, fazendo-o sentir que foi valorizado e fez a diferença. Líderes serão sempre um espelho motivacional, não por meio do que dizem, mas do que fazem e da forma com que agem.
5. As 7 habilidades que todo líder tem que ter
Nem sempre capacitação técnica ou experiência profissional são capazes de garantir que um líder desempenhe um bom papel. Cada equipe possui as suas especificidades e problemas que exigem uma postura diferente e abordagens personalizadas. No entanto, existem características básicas que toda pessoa em um cargo de liderança precisa saber para conduzir a sua equipe com motivação e inspiração. Confira 7 habilidades de líder para começar a exercer agora mesmo!
Ser um bom ouvinte
Para Otto Scharmer, professor do MIT, uma das instituições mais importantes do mundo, um líder precisa ser, antes de tudo, um ouvinte. Um bom líder ouve o que sua equipe tem a dizer e sabe que sempre a algo novo a se aprender. Ele não se acomoda na própria arrogância e sabe que o trabalho em equipe tem chances dobradas de ser bem-sucedido. E no final, com os resultados positivos, ele divide os méritos e reconhece o esforço de todos.
Demonstrar confiança nos colaboradores
Uma das principais habilidades de líder é não centralizar todas as responsabilidades para si mesmo, como na liderança autocrática. Além de evitar a sobrecarga, delegar tarefas é uma maneira de demonstrar confiança e reconhecimento dos seus colaboradores.
Vamos mostrar o exemplo de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e um dos líderes mais admirados do mundo. A criação da maior rede social do mundo foi feita em parceria com outras pessoas e até hoje as responsabilidades são divididas entre os membros do time, como a chefe operacional Sheryl Sandberg.
A primeira mulher a se tornar membro do conselho administrativo transformou todo poder e o alto número de usuários da rede social em retorno financeiro, por meio de estratégias de publicidade. E Mark reconhece esse talento, como relatou em entrevista.
Dar exemplos
Enquanto o chefe utiliza o seu cargo para intimidar a equipe e fazer com que ordens sejam cumpridas, o líder é capaz de motivar pessoas por meio do seu exemplo. Com ética, trabalho duro e uma conduta pessoal exemplar, os profissionais conseguem superar dificuldades e gerar resultados com mais eficácia.
Reter talentos
O perfil do mercado de trabalho está bem diferente do que há alguns anos. Se antes o sonho era conseguir uma vaga estável em uma empresa em que pudesse passar o resto da sua vida até a aposentadoria, hoje, os profissionais almejam um emprego em que tenham qualidade, possam crescer, desenvolver suas habilidades e, acima de tudo, serem reconhecidos.
É papel do líder enxergar os seus colaboradores de maneira individual, motivando-os a superar dificuldades que surjam na sua jornada profissional. Essa é uma forma única de desenvolver e reter talentos. Pessoas que se sentem valorizadas se tornam profissionais satisfeitos e o melhor: diminui-se o risco de demissão.
Estar aberto ao aprendizado e às mudanças
Estar em um cargo de liderança não quer dizer que uma pessoa já sabe tudo. Todo profissional, independentemente do seu tempo de atuação, emprego que tenha ou salário que receba, deve estar aberto ao aprendizado, principalmente o que vem dos seus colaboradores — sejam eles estagiários ou diretores executivos. Boas ideias podem vir de onde menos se imagina.
Se colocar no lugar dos outros
Uma das habilidades do líder é saber se colocar no lugar dos outros. Ele entende que os seus colaboradores não são máquinas. Um trabalho humanizado faz parte da sua estratégia de ação e o bem-estar de todos é essencial para o funcionamento da empresa.
Nunca negligencie os desejos da sua equipe e as suas metas profissionais. Conheça a sua história de vida, sua rotina, as dificuldades que ele enfrenta e as suas queixas em relação ao trabalho. Ser autoritário e distante dos seus colaboradores não é a forma ideal de criar respeito. Uma boa liderança não é aquela que gera medo, mas, sim, confiança.
Ter senso de oportunidades
Uma coisa é ter uma visão inovadora, e outra bem diferente é colocar essa ideia em prática. Um líder precisa saber identificar as oportunidades, moldar a sua visão e transformá-las em realizações. Saber os melhores caminhos e direcionar o seu time para alcançar resultados deve ser uma das habilidades essenciais para quem está exercendo um papel de liderança.
6. Os 8 erros que você não pode cometer para se tornar um bom líder
Agora que você já sabe as habilidades essenciais de um líder, é preciso estar atento aos erros mais comuns e que não devem ser cometidos para exercer uma boa liderança. É importante lembrar que nenhum profissional é perfeito, e que todo trabalho é baseado em uma série de falhas. Caberá a você transformar esses percalços em ações positivas. Confira 8 erros que você deve evitar já!
Se mostrar sempre indisponível
Se colocar em uma posição de superioridade é um dos aspectos mais negativos da liderança. Ser incapaz de ouvir ou se preocupar com as necessidades individuais é desmotivante e desestimulante para que um profissional se sinta parte de um time. Você não precisa ser o melhor amigo do seu colaborador, mas precisa humanizar o seu trabalho, ou acabará gerando uma massa de pessoas insatisfeitas com o que fazem.
Não apresentar feedbacks
Colaboradores precisam saber se estão fazendo algo corretamente e como são vistos pelo seu líder. Esse feedback é essencial para melhorar aspectos ruins e mostrar reconhecimento. Mas é importante fazê-lo com ética, educação e transparência.
Moldar sistemas e não pessoas
Tratar pessoas como sistemas de produção e moldá-las em profissionais engessados e que não evoluem só trará resultados ruins para a empresa, além de questionamentos sobre a sua capacidade de liderança.
Estimule o potencial das pessoas, transmitindo o seu conhecimento e valores. Se for preciso, invista em capacitação e treinamentos. Todo líder precisa motivar os seus colaboradores para se tornarem futuros líderes.
Não delegar tarefas ou sobrecarregar colaboradores
Todo colaborador possui limites, prazos e um ritmo para executar tarefas. Cabe ao líder mensurar como essas atividades podem ser distribuídas de forma que ninguém fique sobrecarregado ou sinta que não possui confiança, ou talento suficiente, para fazer o seu trabalho. A colaboração é fundamental para que os resultados tenham excelência. Nunca fuja do que foi combinado e seja justo com todos.
Assumir responsabilidades apenas nas vitórias
Se você cometeu um erro, admita-o rapidamente e não jogue toda a responsabilidade nas costas da sua equipe. Esse comportamento demonstra ética e dignidade, e serve como um exemplo capaz de motivar a todos. Liderança também depende de colaboração, seja nos fracassos ou nas vitórias.
Não ser claro
É muito comum, quando uma meta não é cumprida ou os resultados são falhos, que os colaboradores não tenham entendido uma determinada ordem.
Ninguém possui bola de cristal, por isso é papel líder ser claro e consistente com os membros da sua equipe. Se seus membros conhecem os objetivos e compreendem o trabalho que precisa ser feito, conseguem fazer escolhas melhores por conta própria.
Expor pessoas
Imagine-se em uma situação em que você comete algum erros e é criticado e exposto na frente de outras pessoas, especialmente aquelas com as quais você convive diariamente. Esse tipo de situação pode acabar de vez com a autoestima e confiança de qualquer profissional.
Sempre que precisar dar um feedback negativo, faça isso em uma conversa privada e tente não constranger ninguém. Não adianta exigir que os seus colaboradores sejam profissionais perfeitos. Ninguém é. Trabalhe sempre para que eles transformem essas falhas em aprendizado, para que elas não voltem a ocorrer.
Apenas mandar, e se esquecer de motivar a sua equipe
Conseguir reter talentos e fazer com que as pessoas façam aquilo que você deseja depende de um trabalho de motivação e desenvolvimento de habilidades. Apenas mandar e exigir que pessoas façam um trabalho de excelência é uma utopia.
Ninguém realiza atividades que não deseja ou se torna proativo se não for recompensado. E essa motivação não precisa vir somente de um salário alto. Elogios, benefícios trabalhistas, folgas e treinamentos gratuitos são fontes de renovação e ânimo para que colaboradores consigam dar o seu melhor.
7. Conclusão
Percebeu como um líder é muito mais do que alguém que ocupa uma posição de superioridade? Estar nessa função exige responsabilidades, que vão além de conhecimento técnico e experiência na área. É preciso ter sensibilidade para ouvir, entender necessidades, captar habilidades e lidar com os erros de diversas pessoas bem distintas umas das outras.
Um líder autêntico cria um clima organizacional em que as pessoas são capazes de desenvolver os seus talentos, demonstrarem a sua capacidade e se sentirem confortáveis para apresentar ideias e motivadas para executar projetos — não importa a dimensão que eles tenham.
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