Todas as empresas têm algumas tarefas rotineiras que vão além de suas atividades principais. Pode parecer estranho, mas uma dessas tarefas é controlar egos. Qualquer profissional mira reconhecimento e, em meio a essa busca, o ego pode tomar conta e influenciar suas atitudes.
A manutenção do equilíbrio coletivo passa por esse fator, que deve sempre estar no radar do gestor de equipes. Mas há um ego que o ele precisa manter sempre sob controle: o seu próprio. Por mais capacitado que esse profissional seja, ele não deve transparecer arrogância para não perder a ascendência sobre os subordinados.
O ego inflado de um gestor prejudica a empresa em diferentes escalas. Uma das consequências é a redução da autonomia dos colaboradores, que passam a condicionar suas tarefas aos caprichos do chefe.
Por exemplo: determinada tarefa é cumprida corretamente pelo funcionário responsável, mas o gestor enxerga “pelo em ovo” e pede que ela seja refeita. Esse erro de julgamento causa atrasos e perda de qualidade no trabalho. A seguir, elencamos os principais malefícios causados por um gestor dominado pelo ego.
(Leia também: Gestão de equipes: Por que delegar é tão difícil)
Gestão problemática de riscos
Gerenciar riscos é uma missão que exige autocontrole, justamente o que falta a uma pessoa com o ego exagerado. A predisposição a assumir riscos pode se tornar um problema que se apresenta de duas formas. A primeira delas é uma tendência irresponsável aos riscos. Um gestor controlado pelo próprio ego faz apostas excessivamente ousadas por não avaliar direito os danos que podem causar.
Essa atitude pode colocar a perder todo o trabalho da equipe. O outro lado dessa moeda é a estagnação devido ao medo de assumir riscos – mesmo pequenos –, que têm potencial para levar a empresa à frente. Em casos assim, o colaborador que traz uma grande ideia acaba limitado pelo ego do seu chefe. Com o passar do tempo, as pessoas ficam desmotivadas e o trabalho se torna menos produtivo e criativo.
(Neste artigo, listamos as práticas que contribuem para a motivação da equipe).
“A bola é minha”
Um exemplo clássico do mau perdedor é aquele da criança que, contrariada com uma situação do jogo, pega a bola e encerra a brincadeira sob o argumento: “a bola é minha”. Esse tipo de situação pode se suceder também no ambiente corporativo, quando o ego do gestor está fora de controle.
Veja este exemplo: determinada tarefa prevê a execução em equipe e cabe ao gestor comandar um time de cinco colaboradores. Em certo momento, ele dá uma ideia que foge do escopo do projeto em questão e o time aponta de forma unânime que esse não é o melhor caminho.
A atitude de um bom comandante, nesse caso, é ouvir o time e ter a humildade para reconhecer que sua ideia não foi oportuna. Mas quando o ego está exacerbado, acontece o inverso: o gestor se mostra inflexível, dispensa os cinco colaboradores do projeto e decide segui-lo por conta própria. Não é preciso muito para entender que esse caminho tem tudo para dar errado, já que se tratava de um trabalho feito a doze mãos.
O exemplo é bastante ilustrativo, pois mostra como o gestor deixou seu orgulho pessoal turvar sua percepção e, por consequência, sabotar o trabalho coletivo.
Medo de ser superado
A disputa por espaço no ambiente corporativo é uma realidade e precisa ser controlada. Aliás, é responsabilidade do gestor não deixar que sua equipe crie rivalidades internas. Entretanto, um comandante dominado pelo ego pode não apenas perder o controle sobre o time, mas sobre si próprio. A necessidade de “proteger” o próprio trabalho e parecer melhor do que os colegas é reflexo do medo excessivo de ser superado.
Casos assim se aplicam de duas formas e, em ambas, a empresa sai no prejuízo:
– O gestor entende que um de seus subordinados o está ofuscando por ser um destaque na função que exerce. As consequências são péssimas para a equipe, porque o funcionário perde a confiança no chefe e pode diminuir o rendimento, além de minar a estabilidade da equipe como um todo.
– O gestor cria problemas com outra equipe, cujo comandante apresenta um ótimo desempenho. Nesse caso, o receio é que o diretor da empresa faça um exercício de comparação, que colocaria seu cargo em risco. O que o gestor inseguro não percebe é que seus dias podem estar contados não por que outro gestor está fazendo um grande trabalho, mas por sua postura pouco profissional.
Ofender-se por qualquer coisa
O ego exacerbado dificulta conversas com os colegas. Um dos efeitos é um comportamento infantil de se sentir contrariado e enxergar ofensas onde não há. Por mais que se fale com calma e educação, o interlocutor, de alguma forma, interpreta como um insulto. Isso torna o diálogo improdutivo, pois qualquer discordância é deturpada pelo gestor e entendida como um questionamento à sua competência.
O resultado dessa postura é o isolamento, pois ninguém quer conversar com uma pessoa que se comporta assim. Solucionar o problema depende exclusivamente do gestor. Cabe a ele refletir e compreender quais ponderações sobre o andamento do trabalho devem ser encaradas como uma oportunidade de aperfeiçoar as engrenagens e melhorar seu próprio desempenho. Um detalhe importante é que conversas desse tipo devem acontecer entre o gestor e seu superior. Por isso, uma resposta atravessada pode custar muito caro.
Existem duas formas de receber críticas. Uma delas – incorreta – é se ofender facilmente e não absorver a sugestão. O melhor caminho é não levar nada para o lado pessoal, ouvir com atenção para incorporar a crítica e melhorar o próprio trabalho. Se o tom pareceu realmente pesado, o ideal é manter a calma e dizer que gostaria de receber o feedback de uma maneira diferente.
Autoconfiança (na medida certa!) é uma virtude
Você deve ter percebido que um ego inflado impacta negativamente a rotina do gestor e, em alguns casos, pode encurtar sua trajetória na empresa. Dosar a autoconfiança é o melhor remédio para manter o ego sob controle. Confiar no próprio taco é positivo, mas sempre devemos estar abertos a sugestões e críticas que podem trazer benefícios à equipe.
Fato é que gerir uma equipe inclui momentos de turbulência que colocam à prova o autocontrole do líder. Ter organização e planejamento é o primeiro passo para evitar desgastes desnecessários. Há uma ferramenta pensada exatamente para isso, o Neotriad. Conheça e experimente!